Festa na Aldeia

No dia 27 de abril de 2010, o CIEP recebeu o Projeto Festa na Aldeia promovido pelo SESC RIO de Três Rios dentro do mês de valorização da cultura indígena. Os alunos do Primeiro Segmento do Ensino Fundamental participaram do evento que contou com exposição, teatro, dança, brincadeiras, entre outras atividades.



















Para mais informações sobre a cultura dos povos indígenas, é só acessar os seguintes sites:

http://www.museudoindio.org.br/

http://www.danieleramalho.com.br/





Alunos nativos digitais

A cada dia, mais os professores se deparam, em suas salas de aula, com alunos que convivem diariamente com as tecnologias digitais. Estes alunos têm contato com jogos complexos, navegam pela internet, participam de comunidades, compartilham informações, enfim, estão completamente conectados com o mundo digital.

O número de crianças que tem acesso ao computador e à internet vem crescendo, e a faixa etária também vem se ampliando. Antes, mais acessada pelos jovens, a internet, hoje, vem sendo utilizada de forma crescente por crianças de 6 a 11 anos. Estas crianças já nasceram ligadas às tecnologias digitais: com menos de 2 anos já têm acesso a fotos tiradas em câmeras digitais ou ao celular dos pais; aos 4 anos, já manipulam o mouse, olhando diretamente para a tela do computador; gostam de jogos, de movimento e cores; depois desta idade, já identificam os ícones e sabem o que clicar na tela, antes mesmo de aprender a ler e a escrever.

As redes sociais, ou seja, os sites que permitem a criação de uma rede de relacionamentos que se cria por meio de afinidades, são os locais mais frequentados pelos jovens e crianças, pois ali, sem limites de distância, tempo e espaço, os participantes conversam, trocam informações, compartilham experiências, sentem-se acolhidos por seus pares em um ambiente virtual.

Esses alunos que nasceram em um mundo digital são os chamados “nativos digitais”. Já aqueles de uma geração anterior, que acompanharam a evolução das tecnologias digitais, são os chamados de “imigrantes digitais”, ou seja, aqueles que precisam se adaptar à nova realidade (Prensky, 2001).

Se, para o primeiro grupo, a tecnologia é algo transparente em seu dia a dia, para o segundo grupo ela é um desafio com diferentes níveis de dificuldade.

Os professores fazem parte desse segundo grupo, ou seja, aqueles que precisam se adaptar às tecnologias digitais. A este grupo iremos nos referir mais adiante neste artigo. Vamos retomar a caracterização dos jovens e crianças dos dias de hoje.

Os nativos digitais estão habituados a fazer várias coisas ao mesmo tempo. Enquanto ouvem música em seus players de MP3, estão enviando mensagens pelo celular, acessando os sites de relacionamento, baixando as fotos da câmera digital, e fazendo a pesquisa que o professor de História encomendou na última aula.

E será que conseguem aprender alguma coisa, dividindo sua atenção com tantas coisas ao mesmo tempo? Sim, nos parece que eles conseguem aprender. Desta forma, ficam motivados, estão em constante movimento, no ritmo de seus pensamentos.

Então, se aprendem, será que a forma de aprender destes jovens é igual à forma como seus professores aprendem? Não vemos muitos adultos lendo um texto e ouvindo música em altíssimo volume ao mesmo tempo. Sim, com certeza, o modo como esses jovens aprendem é bem diferente do modo como aprendemos no passado. A forma de aprender mudou da linear para randômica. Nas pesquisas que realizam na internet, por exemplo, os assuntos não seguem uma lógica com começo, meio e fim, mas surgem de conexões com outros assuntos, e estas conexões vão se ampliando até que os alunos estejam dispostos a prosseguir com suas pesquisas.

Por este motivo, não adianta mais usar as mesmas estratégias utilizadas por nossos professores, e que funcionaram tão bem conosco. Temos que nos adaptar à agilidade de pensamento e à velocidade do acesso à informação que nossos alunos possuem atualmente.

Se, por um lado, esses alunos são muito ágeis no acesso à informação e em fazer diversas coisas ao mesmo tempo, por outro lado, corremos o risco de termos alunos muito superficiais, que não refletem e não se aprofundam em suas atividades e pesquisas. Por exemplo, a criança que brinca com jogos no computador, ou no videogame, desenvolve diversas habilidades e precisa aprender a reagir muito rapidamente, a partir de acontecimentos inesperados. Estas habilidades são importantes para que ganhe o jogo. Porém, age pelo impulso, pois não tem muito tempo para refletir sobre sua ação, senão perderá seus pontos no jogo.

A reflexão crítica e profunda deve ser um dos aspectos a serem desenvolvidos nos alunos, bem como a importância da interação e da colaboração, enfim, de saber relacionar-se com os outros e aprender desta maneira.

Portanto, a atividade do professor deve estar centrada “no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca de saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem, etc.” (Levy, 1999, p. 171). E para que tudo isto seja possível, a formação do professor para aprimoramento de sua prática se torna essencial.

Teresa Cristina Jordão

Psicóloga, doutoranda em Educação - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie. Consultora da área de Educação a Distância da Pearson Education do Brasil. Professora da pós-graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora-MG e da Faculdade Trevisan. Consultora do MEC e sócio-fundadora do Instituto Paramitas.